quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cidades Sustentáveis: As Cidades do Futuro

A meta principal deverá ser o fortalecimento do centro da cidade, atraindo as pessoas, atividades e investimento para o seu centro e pôr fim ao fenômeno de dispersão das cidades que só tem aumentado o tráfego de automóvel, o consumo energético e a área de solo ocupada. (…) Fundamental é o apoio aos bairros mais carentes, através da erradicação das áreas que ameaçam a atratividade, a competitividade, a coesão social e a segurança nas cidades.



As cidades são matrizes complexas de atividades e efeitos que exigem um planejamento sustentável e a compreensão das suas relações e impactos locais e globais. Têm um papel decisivo na concretização de objetivos de diversas estratégias e na solução para a sustentabilidade global. O envolvimento efetivo de agentes e cidadãos constitui um dos grandes desafios, tal como a percepção de cada local como uma realidade única à qual os processos, embora assentes em princípios e fases metodológicas concertados, se devem adaptar.

Na Carta de Leipzig sobre Cidades Europeias Sustentáveis (Maio 2007), os 27 Estados-Membros definiram, pela primeira vez, o modelo ideal de cidade para a Europa do século 21 e acordaram estratégias comuns para uma política integrada de desenvolvimento urbano, que combina todas as políticas relevantes da UE e envolve os atores públicos e privados de todos os níveis – local, regional, nacional e comunitário. A Carta de Leipzig define as bases da nova política urbana européia, focada em auxiliar as cidades a resolver os problemas de exclusão social, envelhecimento, mobilidade e alterações climáticas. Determina, então, que deverão ser tomadas em consideração simultaneamente e em pé de igualdade todas as vertentes do desenvolvimento sustentável, nomeadamente a prosperidade econômica, o equilíbrio social e um ambiente saudável.

São quatro as áreas fundamentais para avançar neste sentido: economias locais viáveis; comunidades justas, pacíficas e seguras; cidades eco-eficientes; comunidades e cidades revigoradas. Sem esquecer que é importante considerar tanto a questão da energia e dos materiais (inputs), quanto a dos resíduos e do crescimento das estruturas como carros e edifícios (outputs). Só assim se conseguirá tornar a Europa um espaço mais atrativo para viver e trabalhar, uma vez que, se por um lado as cidades geram 75 a 85% do Produto Interno Bruto da Europa, por outro consomem quase três quartos da energia (Carta de Leipzig, 2007).

A meta principal deverá ser o fortalecimento do centro da cidade, atraindo as pessoas, atividades e investimento para o seu centro e pôr fim ao fenômeno de dispersão das cidades que só tem aumentado o tráfego automóvel, o consumo energético e a área de solo ocupada. Logo a seguir vem a recuperação de edifícios residenciais e comerciais no centro das cidades, com uma maior diversidade de atividades e dotada de áreas de lazer e trabalho, tornando as cidades mais vigorosas e mais estáveis, social e economicamente. Fundamental é o apoio aos bairros mais carentes, através da erradicação das áreas que ameaçam a atratividade, a competitividade, a coesão social e a segurança nas cidades.

Na Europa existem já diversas pequenas cidades com desenvolvimento sustentável consolidado. Entre bairros, pequenas cidades e megacidades, encontram-se por todo o mundo diversos exemplos a seguir. Reconhecidas pela ONU como modelo de sustentabilidade, existem atualmente milhares de comunidades de baixo impacto ambiental no mundo, pequenos centros comunitários pensados e construídos por forma a otimizarem os benefícios da energia solar e o aproveitamento das águas das chuvas, onde a produção alimentar é local e orgânica, as construções recorrem a materiais naturais e os resíduos são devidamente valorizados.

Em Portugal, as cidades de Lisboa e Porto estão integradas no grupo de sete cidades (Boston, Lima, Lisboa, Porto, Cidade do México, São Francisco e Singapura) que serão alvo de estudo de investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e de Portugal, no âmbito da quantificação e promoção do nível de sustentabilidade relativa dos centros urbanos. Este grupo de investigação visa fomentar a discussão sobre formas de apoio à decisão dos responsáveis políticos em matéria de concepção, teste e implementação de novas políticas ambientais, a par da difusão de novos conhecimentos pela população, visando captar o seu empenho e melhor compreensão desta matéria.

Os bons exemplos

Seguem-se alguns dos bons exemplos, acompanhados por muitos outros em curso pelo mundo fora.

Fraiburgo, no sudoeste da Alemanha, é considerada como cidade 100% sustentável, contando com meios de transporte de baixo impacto ambiental, residências sustentáveis, educação ecológica desde o ensino básico e uma urbanização que possibilita toda esta integração. Pratica uma política energética assente em 3 pilares: conservação de energia, uso de tecnologias em ciclo combinado e uso de energias renováveis. A cidade criou um programa de incentivo à energia solar e impôs que as casas novas devem ter um design de alta eficiência, o que significa usar apenas 2/3 do que é permitido por lei. O seu bairro Vauban é um bairro sem carros, onde os residentes se movimentam basicamente a pé, de bicicleta e, para deslocações mais distantes, em autocarros elétricos. Tem todas as casas construídas com técnicas orientadas para o baixo consumo de energia, desde o isolamento térmico, janelas, sistema de ventilação e o aquecimento dos apartamentos centralizado no prédio e solar, à reciclagem de dejetos transformados em energia por um reator de biogás, para além de um sistema próprio de tratamento de água.

Helsinki possui uma das maiores percentagens de água potável do planeta e aquela que é considerada a população melhor educada do mundo. Cerca de metade da população utiliza o autocarro como transporte, sendo 15% destes movidos a gás natural (Ethisphere 2008), para além de inúmeras ciclovias por toda a cidade.

Reiquiavique, a maior cidade da Islândia, é líder em energia renovável. Tem o maior sistema de aquecimento geotérmico do mundo, que, de acordo com a Clinton Climate Initiative, salvou a cidade de bilhões de dólares em custos de aquecimento desde que o sistema foi implementado em 1940. Para além disso, é líder em sistemas de cuidados em saúde e em qualidade de vida da população.

Rotterdam, uma das cidades portuárias mais importantes do mundo, a par de Xangai, tem desenvolvido uma iniciativa para controlar os níveis de CO2 provenientes dessa distinção. Em 2025, o seu plano de sustentabilidade prevê reduzir as emissões desse gás em 50% dos níveis de 1990. Foi pioneira em pisos de dança sustentáveis, com molas debaixo dos mesmos que geram eletricidade.

A cidade brasileira de Curitiba tem sido planejada para o desenvolvimento sustentável desde a década de 60, sendo atualmente um modelo de soluções de urbanismo, educação e equilíbrio com o meio ambiente. Com o foco na inclusão e na geração de oportunidades focadas nas necessidades reais da população, investiu em infra-estruturas como o “Linhão de Emprego”, com dezenas de quilômetros de barracões empresariais que inserem o pequeno empresário no mercado formal, levando programas sociais a toda a população, de forma não paternalista, e promovendo o afluxo de trabalhadores rurais carentes. Em parceria com a comunidade pavimentaram-se ruas, implantaram-se escolas, creches, postos de saúde e outros equipamentos públicos que suportam a sua rede social de atendimento. Paralelamente, possui um expedito sistema de autocarros concebido para cobrir toda a cidade e que é utilizado pela grande maioria da população.

Toda a cidade de Curitiba está organizada de modo a servir as pessoas nos seus mais variados aspectos, conforto, cultura, desporto e lazer. Tudo isto com o mínimo de poluição visual, organizacional e funcional e de gases que provoquem e aumentem o efeito de estufa.

Quanto aos lixos foram adotadas soluções que levaram a que na cidade e seus arredores deixasse de haver pobres e pedintes, estes passaram a recolher o lixo e entregam nas unidades de recolha para reciclagem em troca de dinheiro e comida.

A Expô 2010, a decorrer entre 1 de Maio e 31 de Outubro, em Xangai - cidade chinesa que mais verbas atribui ao ambiente-, tendo como tema “Better Cities – Better Life” - mais um sinal de como a sustentabilidade nas cidades é um dos temas prioritários da atualidade.

Portugal estará presente na Expô 2010 com um projeto que destaca os avanços nacionais no domínio das energias renováveis e a criação de produtos inovadores de foro ambiental e energético. O pavilhão, da autoria do arquiteto Carlos Couto, terá 2000 metros quadrados e uma fachada revestida a cortiça, reciclável e ecológica, refletindo o conceito de sustentabilidade dos edifícios das cidades contemporâneas.

Em 2006, foi anunciada a construção da primeira eco-cidade do mundo criada de raiz, Dongtan, a 25 quilômetros de Xangai. Pegada de carbono a zero, construção sustentável, zero carros, substituídos pelos transportes públicos não poluentes, trabalhar para fomentar a biodiversidade, eram apenas alguns dos objectivos a atingir. Paralelamente, Dongtan teria o papel de um “laboratório” à escala urbana, onde se poderia definir o futuro do desenvolvimento urbano sustentável na China e mais além. Previa-se estar pronta a habitar por altura da Expo 2010, mas as referências à cidade deixaram de se fazer ouvir.

Mas o sonho da cidade do futuro persiste, de pés e mãos firmes na Terra, percorrendo caminhos que exigem longas e consequentes caminhadas. Posto isto, o processo para cidade sustentável assenta na criatividade e na mudança. Põe em causa a ação tradicional das autoridades e procura novas competências e relações organizativas e institucionais.

Fontes de informação:
- Carta de Leipzig 2007

- http://ethisphere.com/2020-global-sustainability-centers/
- http://www.cidadesdobrasil.com.br
- http://www.cienciahoje.pt
- http://thegreenvision.wordpress.com

quarta-feira, 14 de julho de 2010

As tecnologias de retaguarda

Uma das armadilhas cruéis construídas na mitologia contemporânea do progresso é a noção de que o caminho para sair de qualquer dificuldade é continuar a andar pelo mesmo caminho, só que ainda mais rápido. Parecer óbvio que se você esta em um beco sem saída a única maneira de sair é voltar atrás, é caminhar no caminho contrário. Mas não é preciso muita atenção na atual cena política para perceber que este bom senso está longe da cabeça e do pensamento político atual.

Para ver um bom exemplo, ouçamos os sábios – um apreciável coro deles neste momento – a insistirem em que o único meio de trazer os preços em ascensão do petróleo, alimentos e outras commodities de volta a terra é avançar com o espaço disponível para agricultura, diminuindo a proteção as mata e aos rios, fazendo assim, o projeto da globalização econômica avançar. O problema aqui é que a globalização nunca foi mais do que uma opção econômica devido ao fato do preço barato do petróleo o que diminui muito os gastos com transporte, permitindo que grandes empresas possam buscar mão-de-obra barata em qualquer parte do mundo.

E quando esta era terminar? Chegando nesta encruzilhada, o que ocorrera é que terminará os fatores econômicos que fizeram a globalização funcionar até agora.

Durante o quarto de século de 1980 a 2005, o custo dos transportes era tão próximo do desprezível que parecia fazer sentido – e certamente fazia lucros – arbitrar custos trabalhistas com a construção de fábricas super exploradoras da mão-de-obra em países do Terceiro Mundo e despachar os seus produtos através do globo para mercados no mundo industrial. Longe de ser a onda do futuro, como tantos dos seus promotores afirmavam, ou uma conspiração maligna, como tantos dos seus inimigos insistiam, era simplesmente a solução mais lucrativa numa equação em que os custos do combustível, os salários em vigor e o poder relativo das várias divisas constituíam os fatores mais significativos.

Aquela equação agora tende a mudar. Um recente artigo do jornal Financial Time observava que o custo do despacho de um contêiner da China para a Europa já está três vezes maior do que antes do atual preço do petróleo começar a crescer, e que companhias norte-americanas que haviam deslocado as suas linhas de produção para continentes distantes estavam começando a reabrir fábricas internas fechadas há longa data para cortar os custos de transporte. Quando a era do petróleo barato definhar no espelho retrovisor, companhias que escolherem a mesma estratégia prosperarão as custas daquelas que se atracaram à miragem da economia global.

A mesma espécie de mudança pode afetar muitos outros aspectos da vida no futuro próximo, pois um grande número de ondas, que pareciam o progresso cada vez mais próximo, se revela apenas ajustamentos temporários à aberração de curto prazo que levou os preços da energia a mergulharem a níveis que, com o dólar constante em queda, nunca haviam atingido antes e que possivelmente nunca atingirão novamente. Um grande número de exemplos vem à mente, mas o que gostaria de discutir aqui é a tecnologia.

Poucos aspectos da vida contemporânea estão tão pesadamente carregados com significado mítico como o modo como as tecnologias evoluem ao longo do tempo. É disto, mais do que qualquer outra coisa, que o moderno mito do progresso retira a sua força. Existe ainda há pelo menos dois processos muito diferentes agrupados sob a etiqueta de "progresso tecnológico".

O primeiro, progresso dentro de uma tecnologia particular, segue uma rota previsível conduzido pela evolução da própria tecnologia. Os primeiros protótipos toscos, experimentais e pouco confiáveis são substituídos por modelos cada vez mais eficientes e confiáveis, até que emerge algo como um modelo padrão; a partir daí, mudanças na aparência e uma ligeira melhoria na eficiência constituem as variações que existem. Compare-se uma máquina de costura, um secador de roupas, ou um motor turbo-propulsor da década de 1960 com um saído hoje da linha de montagem, e na tecnologia subjacente as diferenças são praticamente ligeiras.

A diferença jaz nos sistemas de controle. As máquinas de costura, secadores de roupa e turbo-propulsores da década de 60 utilizavam meios mecânicos relativamente simples de controle, guiados pela qualificação de operadores humanos. Seus equivalentes de hoje utilizam complexa eletrônica digital, cortesia da revolução computacional, e exigem muito menos qualificação humana para funcionarem efetivamente. Numa máquina de costura da década de 1960, por exemplo, as casas dos botões são costuradas utilizando uma peça mecânica simples e bastante conhecimento e a coordenação da parte da costureira; numa máquina moderna, quase sempre, o mesmo processo é efetuado a teclar uns poucos botões virtuais num écran e deixando a máquina fazer o serviço.

Mudanças desta espécie geralmente são consideradas sinais de progresso. Esta suposição fácil, contudo, pode exigir um segundo olhar. É verdade que os computadores primitivos disponíveis nos anos 60 teriam tido dificuldade em costurar uma casa de botão, e a idéia de por um dos enormes mainframes daquele tempo numa máquina de costura doméstica teria parecido ridícula. Mas a mudança dos controles mecânicos e das qualificações do operador pela eletrônica digital não é uma questão de progresso numa tecnologia simples. Ela marca a substituição de uma tecnologia por outra.

É neste ponto que entramos na segunda dimensão da mudança tecnológica. Controles mecânicos e aulas de economia doméstica não evoluem gradualmente para a máquina de costura digital. Ao invés disso, uma tecnologia expulsa outra. Além disso, ambas as tecnologias fazem uma tarefa igualmente boa na feitura de uma casa de botão. Os fatores que levam à substituição de uma por outra são externos às próprias tecnologias.

No caso das máquinas de costura, tal como em tantas transformações tecnológicas semelhantes dos últimos 60 anos ou mais, a substituição de uma tecnologia por outra promoveu um processo único, a substituição da qualificação humana pela complexidade mecânica. O que conduziu isto, uma por uma, foi uma equação econômica estreitamente paralela àquela que guiou a ascensão da economia global: o fato de que durante um certo período histórico, por todo o mundo industrial, a energia era mais barata do que o trabalho humano. Qualquer coisa que pudesse ser feita com uma máquina era, portanto, mais lucrativo fazer com uma máquina. E a única limitação à substituição do trabalho humano pela energia derivada do combustível fóssil era o refinamento dos sistemas de controle necessários para substituir a base de conhecimento e sistema nervoso de um trabalhador qualificado.

Para a maior parte das pessoas de hoje, tal equação ainda define o progresso. Uma tecnologia mais avançada, por definição, é aquela que exige menos qualificação humana e menos esforço para operar. A curva do progresso parecem então apontar para o gênero de fantasia de futuro completamente automatizado que costumava aparecer em muitas bandas desenhadas e caricaturas nos jornais de sábado.

Um dos grandes desafios mentais do futuro próximo, em contrapartida, consistirá em abandonar esta imagem do futuro e rever nossas expectativas para que se ajustem a uma realidade muito diferente. Por trás dos robôs inteligentes que povoam a imaginação coletiva. Até os simples equipamentos mais acessíveis utilizados para automação doméstica e tão comum nas camadas médias nas últimas décadas, buscam substituir a energia humana pela energia mecânica derivada principalmente de combustíveis fósseis e no caso brasileiro da energia hídrica as custas do alagamento de enormes áreas. Durante a era da energia abundante e barata, isto fazia sentido econômico, porque a energia – e as máquinas precisavam utilizá-la – era muito mais barata do que o trabalho qualificado que elas substituíam. Nas próximas décadas, quando a energia deixar de ser barata e abundante, aquela regra não irá vigor mais. O que aparentava ser a onda do futuro, aqui como em qualquer lugar, pode bem se revelar um ajustamento temporário a um fenômeno de curto prazo.

É difícil pensar num aspecto da vida moderna que não venha a enfrentar remodelação drástica resultante. O colapso da educação americana, por exemplo, foi uma consequência das mesmas forças econômicas que colocaram computadores dentro de máquinas de costura; pois nas últimas poucas décadas era mais compensador transferir serviços de escrituração para computadores e equipar processadores de texto com corretores ortográficos do que ensinar as crianças americanas como fazer aritmética e escrever corretamente. No futuro, isto muito provavelmente não será mais verdadeiro, mas as extensas burocracias que dirigem a indústria da educação de hoje estão fracamente equipadas, e mesmo fracamente motivadas, para tratar da necessidade de ensinar as qualificações que serão necessárias para os humanos substituírem as máquinas.

Naturalmente, nem todas as máquinas precisarão ser substituídas ao mesmo tempo. Muitas tecnologias modernas, contudo, exigem quantidades muito grandes de energia que no futuro não estarão disponíveis de forma confiável. Muitas não poderão ser reparadas quanto se avariarem. Durante a era da energia barata, principalmente em países industrializados, era mais compensador jogar fora uma máquina estragada e comprar um novo modelo, do que pagar pelo reparo. Além disso, os extraordinários níveis de interconexão que permeiam a tecnologia de hoje significam que a falha de um único componente que não pode ser substituído ou reparado pode inutilizar todo um sistema. Um exemplo são os celulares que vem com tantas funções acopladas e que caso tenham suas câmeras estragadas são substituídos. Não importa que sua função inicial seja a conversação, se estragar a câmera ela será trocada.

Provavelmente é tarde para evitar o futuro de falhas sistêmicas que as opções do passado recente nos prepararam, mas muita coisa pode ser feita para tornar o futuro menos penoso. A primeira prioridade deve ser escapar à sobreposição de que a tecnologia que era mais compensadora (cost-effective) numa era de energia abundante e barata será apropriada para a era de energia escassa e limitada que agora principia em torno de nós. A segunda é redirecionar a nossa atenção e esforços para aquelas tecnologias mais adequadas para as novas realidades do nosso futuro.

Dentre os recursos mais aplicáveis neste contexto estão precisamente as tecnologias que se afastam da moda destas últimas décadas extravagantes da era da abundância, e as qualificações necessárias para utilizá-las. Na nossa cultura, buscamos tecnologias de vanguarda por tanto tempo que substituir a atenção para tecnologias de retaguarda (trailing edge) pode parecer quase deliberadamente perverso. No entanto, aquelas tecnologias mais antigas que funcionaram efetivamente com inputs de energia relativamente modestos, e confiavam nas mãos e mentes humanas ao invés de energia e o recurso intenso à eletrônica, pode vir a ser muito mais viável no longo prazo.

A máquina de costura da década de 60, concebida para permitir a manutenção e reparação, construída com peças facilmente substituíveis, e relativamente fácil de converter para a energia dos pés no pedal se a eletricidade escassear, provavelmente terá uma vida útil muito mais longa na era do declínio do que os modelos computadorizados que hoje enchem as lojas. Do mesmo modo, um grande número de tecnologias retro e as qualificações necessárias para utilizá-las, muitas das quais ainda podem ser aprendidas dos praticantes vivos de hoje, são valores a preservar. A questão, naturalmente, é quantas pessoas farão isso enquanto a oportunidade ainda existe.


Adaptado do texto de John Michael Greer

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pesquisa aponta aumento do Consumo de refrigerante no Brasil



Segundo Ministério da Saúde, crescimento foi de 13,4% em um ano

Pesquisa inédita feita pelo Ministério da Saúde mostra que o número de brasileiros que consome regularmente refrigerantes e sucos artificiais aumentou 13,4% em apenas um ano. Em 2008, 24,6% da população fazia uso da bebida cinco ou mais vezes na semana. Ano passado, esse porcentual subiu para 27,9%. "É um dado bastante preocupante, sobretudo pela velocidade do crescimento", afirmou Deborah Malta, coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Refrigerantes estão muito associados a obesidade. A bebida, além de alto teor de açúcar, apresenta altas taxas de sódio - o que aumenta o risco para hipertensão e para pacientes com problemas renais. "Por isso, no trabalho não perguntamos se a bebida é light ou não. Nenhuma das apresentações faz bem à saúde", completou a coordenadora, também uma das responsáveis pela pesquisa, batizada de Vigitel.

A pesquisa revela ainda outro dado preocupante: o gradativo abandono do feijão do cardápio nacional. Em 2006, 71,9% dos ouvidos comiam pelo menos cinco vezes por semana o alimento. Ano passado esse índice caiu para 65,8%, o que representa uma queda de 8,4%. "O feijão é considerado um fator de proteção no cardápio. Fonte de ferro e fibras, ele forma uma dupla imbatível com arroz", disse Deborah.

Baseado em entrevista com 54.367 pessoas entre 12 de janeiro e 22 de dezembro do ano passado, o Vigitel detectou problemas, mas também uma mudança positiva no hábito alimentar do brasileiro. Num intervalo de três anos (2006 a 2009), houve um aumento do consumo recomendado de frutas e verduras no País. A Organização Mundial da Saúde considera que, para uma alimentação ideal, é preciso ingerir diariamente cinco ou mais porções de frutas e hortaliças. Em 2006, apenas 7,1% da população seguia essa recomendação. Ano passado, esse porcentual passou para 18,9%.

Mas o brasileiro ainda está longe de atingir padrão ideal. "Apesar do aumento, o consumo de frutas e verduras ainda é baixo. Sem falar que o consumo de carnes gordurosas, de leite com gordura é muito significativo", disse Deborah. De acordo com o estudo, quanto maior a escolaridade, melhor os hábitos alimentares: consumo regular de frutas, menor uso de carnes e leite com alto teor de gordura e menor consumo de refrigerantes. A exceção fica por conta do feijão: entre os mais escolarizados, o uso do alimento é menor.

Exercícios

A pesquisa também analisou dados sobre atividade física e sedentarismo. O trabalho indica baixos níveis de atividade física. O trabalho divulgado hoje mostra que apenas 14,7% dos adultos fazem atividades físicas com a regularidade recomendada - 30 minutos diários, pelo menos cinco vezes por semana. Vigitel mostra ainda que o número de sedentários aumentou 24% em três anos.

Em 2006, havia 13,2% dos adultos inativos. Ano passado, esse porcentual passou para 16,4%. Uma das explicações para a diferença é o aumento do sedentarismo entre mulheres. "Entre fatores considerados, está a atividade doméstica. Percebemos uma redução desse tipo de prática entre mulheres nos últimos anos", completou. São Paulo é a capital onde se pratica menos atividade física. A campeã de atividades é Vitória.

domingo, 11 de julho de 2010

Economia Doméstica no Globo Repórter

Na próxima sexta-feira, dia 16/07, o Globo Repórter será sobre Orçamento Doméstico. Parte da matéria foi gravada com a professora da área de Economia Familiar do departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa Ana Lígia.
Não percam!
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sábado, 10 de julho de 2010

Brasil, um país de todos?

A apresentação do Brasil para a próxima copa do mundo foi frustrante. No dicionário esta palavra é definida como “enganar a expectativa, decepção”.

Isto porque durante toda apresentação no palco não tivemos a presença de nenhum índio e de apenas um representante da comunidade negra.

A banda, os dançarinos, os apresentadores e os que discursaram eram todos brancos. Exceção para um homem de origem asiática.

Nem no último vídeo que vai ao ar para todo o mundo no final da copa tem um negro ou um índio em primeiro plano. Tudo que não é euro-descendente fica escondidinho, fica em segundo ou terceiro plano.

Na escolha da marca da próxima copa também não teve a participação de nenhum negro, índio ou mestiço. E olha que até estrangeiro pode votar na marca brasileira para a próxima copa no Brasil.

Nenhum país no mundo teve a rica interação e miscigenação como ocorreu no Brasil. Desde a chegada dos primeiros colonos portugueses assistiu-se à miscigenação em massa com os índios. Décadas depois, com a chegada de escravos negros, formou-se uma população trí-híbrida. E agora o que somos?

O que apareceu nesta apresentação? Aquilo mostrado não era o Brasil.

O Brasil real é o segundo maior país negro do mundo. É a maior comunidade japonesa fora do Japão. O Brasil real é um país de Índios brasileiros e de toda América do Sul. O Brasil real é um país mestiço, mulato, mameluco, e diversas outras miscigenações.

Querer mostrar um país com brancos em primeiro plano e esconder as nossas diferenças é absurdo e revoltante. E o que farão no período da copa. Pedirão para todos não brancos para se manterem afastados?

No início do século 19, evidenciou-se um problema racista: a supremacia das raças. Atribuiu-se a miséria e a violência à "raça" brasileira. O negro, mulato, índio, teriam características genéticas atrasadas, era necessário então embranquecer o Brasil. A importação de brancos, especialmente de alemães, era o melhor caminho para o progresso. Nem os chineses serviam. Depois de muita discussão e imigração, em 20 de junho de 1890 se aprova a lei de imigração, aceitando todos, "menos os indígenas da Ásia e da África".

Será isto que querem ao mostrar vídeos e fotos como farão? Espero que a CBF não queira mostrar este país que não existe. Espero que a Copa de 2014 mostre o Brasil, tenha a cara do Brasil.

Quero me ver representado. Quero fazer parte. Quero me orgulhar. Quero me sentir verdadeiramente brasileiro.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Áreas de atuação do Economista Doméstico

Desenvolvimento Rural e Urbano

Planeja e executa, em instituições publicas e privadas, atividades de apoio às funções de subsistência da família e comunidade com vistas ao desenvolvimento sustentável. Desenvolve ações para a preservação da saúde através da formação de hábitos de higiene, da melhoria alimentação e nutrição, do vestuário e da melhoria das condições de habitação. Apoia alternativas para melhoria da renda familiar orientando tecnologias de conservação e processamento artesanal de alimentos, artesanato e outros.

Serviço de Alimentação

Atua em restaurantes de empresas industriais e comerciais, desempenhando atividades de planejamento físico, administração, supervisão e elaboração de cardápios balanceados e de custos mínimos para comunidade sadias.

Educação do Consumidor

Planeja, coordena e executa programas de informação e educação do consumidor para aquisição e uso de bens de consumo e serviços utilizados pela família e outros grupos, focalizando aspectos tais como: orçamento doméstico, crédito, propaganda, seleção, compra e uso adequado .

Hotéis e Similares

Dirige, organiza e supervisiona o espaço físico, a higiene dos recintos os serviços de rouparia e lavanderia e o serviço de alimentos e bebidas. Coordena a recepção e integração dos clientes e a promoção de eventos, visando sempre a qualidade no atendimento.

Habitação e Planejamento de Interiores

Elabora projetos direcionados à melhor utilização dos espaços físicos, ventilação, iluminação, circulação da moradia , considerando os aspectos psicológicos, sociais, culturais e estéticos da família e da coletividade. Considera a disponibilidade de recursos econômicos e preferências do usuário, visando o conforto e a funcionalidade.

Desenvolvimento Humano

Atua em instituições públicas e privadas, planejando, orientando, supervisionando e executando programas de atendimento ao desenvolvimento integral da criança, do idoso e outros grupos vulneráveis. Presta assessoria na implantação de projetos de creches, asilos e outras casas comunitárias .

Indústria de Produtos Alimentícios

Atua em laboratórios de desenvolvimento de novos produtos e de controle de qualidade, atendendo às necessidades do consumidor. Em cozinhas experimentais, responsabiliza-se pelo teste de produtos manufaturados e pelo preparo dos mesmos em adequação aos equipamentos utilizados.

Serviços de Promoção Social na Indústria e no Comércio

Planeja, supervisiona e executa programas de assistência a industriários e comerciários, orientando sobre o melhor uso do salário, o ensino formal, a educação do consumidor, alimentação, higiene, vestuário e habitação, tendo por objetivo o alcance de uma melhor qualidade de vida.

Vestuário

Atua no planejamento, supervisão e orientação dos serviços de modelagem e produção do vestuário, no setor industrial como empresário ou industriário.

Conservação Têxtil

Atua em instituições públicas e privadas na administração dos serviços de rouparia e lavanderia em hotéis, hospitais e lavanderias comunitárias. Orienta na aplicação da técnica e da seleção adequada de tecidos, confecção, conservação e higienização do vestuário.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Consumo Sustentável
















Os atuais padrões de produção e consumo são insustentáveis e, a manter a tendência, comprometeram a sobrevivência das futuras gerações.
Urge uma alteração de comportamentos que conduzam a um consumo que responda às nossas necessidades básicas sem comprometer a qualidade de vida e, principalmente, a capacidade do Planeta.
Sociedades de consumo
Desde a Revolução Industrial, o modelo de crescimento econômico das sociedades industrializadas assentou na produção em massa de bens de consumo segundo padrões que têm gerado sérios impactos ambientais e sociais.
A insustentabilidade dos atuais padrões de produção e consumo é alarmante, sobretudo se forem consideradas as previsões de rápido crescimento demográfico mundial e de aumento da riqueza a nível global, associados a uma cultura de consumismo nos grupos de maior rendimento. O assinalável aumento da classe média a que se vem assistindo corresponde a uma maior equidade na distribuição de riqueza, mas coloca sérios desafios se atender a que a esse aumento está associado um crescimento do consumo.
Consumo e produção sustentável
No Simpósio Soria Moria sobre Consumo e Produção Sustentável decorrido em Oslo em 1994, na seqüência da Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, definiu-se consumo e produção sustentável como:
O uso de bens e serviços que respondem às necessidades básicas e proporciona melhor qualidade de vida, minimizando o uso de recursos naturais e de substâncias tóxicas e as emissões de poluentes e resíduos ao longo do seu ciclo de vida, de forma a não comprometer as necessidades das gerações futuras.
O consumo sustentável representa, nesta equação, o lado da procura da satisfação das necessidades básicas (tais como saúde, alimentação, habitação, vestuário, lazer e mobilidade) e da melhoria da qualidade de vida.
A forma como consumimos vai determinar a oferta e, por sua vez, a forma como a produção se organiza vai influenciar a procura, num binômio complexo.
Os avanços tecnológicos e organizacionais têm permitido aumentar a eco-eficiência da produção (no sentido da redução do impacto ambiental e custo financeiro por unidade de produto), mas o aumento do consumo supera frequentemente os ganhos de eficiência e o impacto ambiental global continua a aumentar.
Assim, a eficiência é uma parte da solução; outra parte será a suficiência: precisamos de tantos objetos para sermos felizes?
Relação entre consumo e felicidade
O índice Happy Planet da New Economics Foundation classifica o progresso das nações com base na utilização dos recursos por parte dos seus habitantes e a longevidade e felicidade das populações. Apesar de este tipo de estudos não ser isento de controvérsia, a conclusão é que, a partir de um nível mínimo, parece não haver correlação entre o PIB per capita e a qualidade de vida.
Padrões e tendências de consumo
O nosso comportamento enquanto consumidores é influenciado por muitos fatores, incluindo idade, rendimento e riqueza, estado de saúde, local de residência, sistema de valores, etc.
Na Europa, os principais desenvolvimentos demográficos do último século são, por um lado, o envelhecimento da população e, por outro, a alteração da estrutura familiar. Há cada vez mais agregados familiares menos numerosos, e este fato condiciona significativamente os padrões de consumo. Por exemplo, nas famílias pequenas, cada indivíduo tem de executar múltiplas tarefas e a gestão do seu tempo assume assim grande importância. As pessoas estão dispostas a trocar tempo por dinheiro, por exemplo comprando refeições pré-cozinhadas, relativamente dispendiosas, mas bem mais rápidas de preparar do que as convencionais.
Outros fatores explicam a tendência de consumirmos cada vez mais:
• A recompensa individual intrínseca, onde o consumo surge como um novo espaço de criatividade e de experiências sensoriais, que o atual estilo de vida profissional não nos proporciona;
• A formação da identidade nas sociedades atuais, em que o status está associado à posse de bens e à competência com que realizamos não só as tarefas profissionais, mas também as atividades de lazer (o que implica uma maior especialização dos objetos e um conseqüente aumento do consumo);
• A transposição de padrões laborais para o lazer: tal como é inaceitável desperdiçar tempo durante o trabalho, também nos tempos livres realizamos cada vez mais atividades por unidade de tempo, com o conseqüente uso de mais objetos (ouvimos música enquanto fazemos jogging, por exemplo).
O desafio do consumo sustentável
Mesmo os cidadãos ambientalmente mais conscientes têm dificuldade em mudar os seus hábitos de consumo, conforme o demonstram diversos estudos. As razões são diversas: falta de informação e de alternativas mais sustentáveis, o preço como principal critério de escolha, a sensação de que cada um, individualmente, pouca ou nenhuma diferença pode fazer perante um problema de tão grande escala e a falta de sentido de urgência em actuar.
Existem razões ambientais (ditadas pelos limites físicos do planeta) e éticas (20% da população mundial consume 80% dos recursos) para que se consuma de forma diferente. Como garantir um planeta sustentável com 9 mil milhões de habitantes em 2050?
Estamos perante um processo de mudança que envolve necessariamente:
• As empresas (colocando no mercado produtos mais sustentáveis, apostando no design para a sustentabilidade e em novos modelos de negócio como sistemas produto-serviço, que dissociam o lucro do consumo de recursos naturais, e promovendo o marketing responsável, por exemplo);
• Os políticos (através da legislação, de incentivos financeiros, de esquemas de rotulagem ambiental e social, de campanhas de sensibilização orientadas para diferentes segmentos socioeconômicos, e, não menos importante, adotando critérios de sustentabilidade nas compras públicas e desta forma exercendo o forte poder do Estado, enquanto cliente, de influenciar o mercado);
• A sociedade civil organizada (existem cada vez mais organizações não governamentais dedicadas à temática do consumo sustentável, com um papel importante na informação dos cidadãos);
• Os cidadãos, enquanto consumidores individuais, a quem o primeiro grande desafio que se coloca é estarem conscientes das implicações das suas escolhas e da forma como satisfazem as suas necessidades de bem-estar.

Nossos novos desafios

A Sustentabilidade é o desafio do século XXI. E o que os Economistas Domésticos tem produzido acerca deste desafio. Estamos num momento em que devemos sair de nossa zona de conforto. É chegada a hora de oferecermos um princípio orientador da Economia Doméstica para a Sustentabilidade e a Ecologia Humana.

Por vezes não percebemos que as palavras Ecologia e Economia têm a mesma raiz grega Oikos, que significa "casa" e também “economia doméstica”.

Tal desafio é incomodo porque demanda de nós responsabilidade em longo prazo e apesar dos nossos horizontes de planejamento até o momento míope, não podemos evitar que a sustentabilidade nós encontre. É impossível e também inaceitável avaliar ou solucionar os problemas fundamentais dos novos dias no conforto de nossas poltronas.

Acompanhar as consequências das novas realidades não é o bastante. O Economista Doméstico precisa antecipar o que esta por vim e propor desde já uma alternativa viável e adequada. Não pode haver futuro para qualquer profissão sem que a sustentabilidade faça parte de sua pauta.

Por isso busquemos nos nortear para a ecologia humana, estudando as relações e as interações entres os seres e o seu meio ambiente natural e/ou humano dentro do enfoque do Economista Doméstico.

Nosso objetivo

Temos o intuito de mostrar o profissional economista doméstico, demonstrando sempre a importância da nossa inserção no mercado de trabalho.

O objetivo principal é derrubar barreiras de preconceito existentes no âmbito social. Vejam o que nós podemos fazer e descubra o profissional qualificado que somos.

A grande preocupação com a qualidade de vida da sociedade é a base da nossa profissão e por isso somos os profissionais do futuro!

"Engana-se quem imaginar que economia doméstica tenha alguma relação com as atividades atribuídas às donas de casa. Na verdade, o profissional dessa área tem funções no comércio, na indústria, em escolas, em creches e até no setor de habitação popular. Nas empresas de médio e grande porte, cresce a procura por especialistas em economia doméstica com boa visão administrativa.

Simplificando a rotina dos serviços, ajudando a aproveitar melhor os recursos. Na área de alimentação, por exemplo, o Economista Doméstico é responsável pelo planejamento de cardápios para os trabalhadores e pelas condições de higiene em que são mantidos os alimentos e os refeitórios. Orienta a melhor maneira de aproveitar os alimentos, reduzindo desperdícios e garantindo a qualidade do que é consumido. As mesmas funções podem ser desempenhadas em lanchonetes, restaurantes, escolas e creches.

Nas indústrias, o papel do economista doméstico é interpretar as necessidades do consumidor e contribuir para o aperfeiçoamento de produtos. Ele ajuda a aperfeiçoar a funcionalidade de eletrodomésticos, por exemplo, ou contribui para o controle de qualidade de peças de vestuário. Tudo isso visando a satisfação do consumidor. O atendimento ao público, aliás, é um campo que tende a crescer, com a valorização de programas de educação e orientação ao consumidor.

Para dar conta de tantas tarefas, o economista doméstico precisa ter formação multidisciplinar. Por isso, os cursos de graduação enfatizam disciplinas como organização e administração, educação do consumidor, enfermagem, puericultura, sociologia, e psicologia, equipamentos domésticos, têxteis, vestuário e composição de interiores. "Há muita desinformação sobre as atividades relacionadas à profissão", afirma Neide Bellandi, coordenadora do curso de Economia Doméstica da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, em Cascavel. A maior parte dos que entram na faculdade não tem a menor idéia das possibilidades que a profissão oferece. "Muitos chegam a se espantar quando são informados de que o profissional graduado é aceito como agente do sistema habitacional, podendo dar orientações sobre planos populares para a compra da casa própria", afirma Neide.

Outras atividades insuspeitadas do economista doméstico: ele pode integrar equipes de engenheiros e arquitetos para ajudar na elaboração de projetos de residências de baixo custo. Ou optar pela área rural, onde ajuda as comunidades agrícolas regionais que vivem de pequenas empresas de agricultura familiar."